14 de outubro de 2008

Os olhos da fé



Era uma quarta-feira à tarde. Envolto em um denso nevoeiro, um grande barco a vapor movia-se vagarosamente no litoral da Terra Nova. O som da sirene era sombrio. O capitão, quase exausto por falta de sono, sentiu um leve toque no seu ombro. Reclamando, virou-se e viu-se diante de um senhor de uns setenta anos de idade. O velho informou-lhe: - Capitão, eu só queria lhe avisar que preciso estar em Quebec até sábado à tarde. O capitão pensou um pouco e depois vociferou: "Impossível!" - Tudo bem então, respondeu o senhor idoso. - se o seu barco não pode me levar, Deus vai ter que arranjar uma outra maneira, porque em 57 anos eu nunca faltei a um compromisso. Erguendo as mãos cansadas, como quem diz 'não agüento mais', o capitão respondeu: - Se pudesse eu o ajudaria, mas infelizmente não há nada que eu possa fazer. Inabalável, o velho sugeriu que fossem à cabine orar.
O capitão cerrou as sobrancelhas totalmente incrédulo, olhando para o velho como se ele tivesse fugido de um hospício. - O senhor já viu a densidade deste nevoeiro? perguntou-lhe. O velho respondeu: - Não. Eu não estou olhando para o nevoeiro, mas sim para o Deus vivo que comanda todas as circunstâncias na minha vida. Sem pensar muito, o capitão acompanhou o velho à cabine de comando e ajoelhou-se com ele para orar. Com palavras simples e infantis, o velho pediu a Deus: "Senhor, se for a Sua vontade, por favor, retire essa névoa daqui em cinco minutos. O Senhor sabe do compromisso que fez para mim em Quebec no sábado, e acredito que é a Sua vontade que eu esteja lá." O capitão, cristão só de nome e de longe, achou que seria bom, para agradar o velho, recitar uma pequena oração. Mas antes de ele proferir uma palavra sequer, sentiu um tapinha nas costas. Era o velho, pedindo-lhe que não orasse, já que não tinha fé. O capitão ficou com a cara no chão. Aí então ele lhe explicou: - Capitão, eu conheço o Senhor Jesus há 57 anos, e todos os dias sempre consegui uma audiência com o Rei. Levante-se, abra a porta, e verá que o nevoeiro já passou. O capitão aquiesceu ao pedido, e qual não foi sua surpresa ao constatar que a névoa realmente se dissipara! O capitão deu o seu testemunho tempos depois, de como esse encontro com o velho George Mueller revolucionou a sua vida cristã. Ele vira, com os seus próprios olhos, que o Deus de Mueller era o Deus verdadeiro, o Deus vivente do qual fala a Bíblia. Ele viu um poder incrível emanar de um frágil velhinho - um poder que se firmava sobre uma fé simples e infantil.

"A fé é um pouco ridícula às vezes. Se você estiver agindo igual a todo o mundo, então não está agindo por fé. A fé sempre aparenta desafiar as circunstâncias. Ela é um risco e uma aventura."

George Mueller demonstrou esse tipo de fé década após década, durante a sua longa e produtiva vida para Deus. No último ano de sua jornada na Terra, ele escreveu que a sua fé fora aumentando pouco a pouco nos últimos anos. Era enfático, porém, ao afirmar que não havia nada de extraordinário nele ou na sua fé. Ele acreditava que uma vida de confiança em Deus estava ao dispor de todos os filhos de Deus, se apenas suportassem as provações, em vez de desistirem.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Nenhum comentário:

Postar um comentário